Deus Protege!!!

Finalmente consegui assistir um jogo a noite sem sentir frio. Basta usar 23 peças de roupa que fica tranquilo. Me senti como o Joey de Friends no episódio em que ele veste todas as roupas do Chandler. Também é verdade que ontem a noite, segundo os locais, não fez tanto frio. Eu me recuso a acreditar.

Ontem a noite fui assistir Camarões x Dinamarca. Ótimo jogo e mais uma decepção africana. Esse negócio de Mama África só deu certo mesmo para o Chico César. Os times africanos são cheios de vaidades demais. Os jogadores são individualmente endeusados e a briga de ego sempre traz problema no time. Drogba, Eto’O e Essien são deuses por aqui. Enquanto a federação não priorizar o time às estrelas, vão continuar fazendo fiascos.

Obina é melhor que o Eto'O

No entanto, pelo menos uma coisa eu estou notando aqui. A África se considera uma só. Até os Argelinos, de etnia totalmente diferente, falam da torcida pela África nessa Copa. Propaganda de TV, outdoors, e outros depoimentos mostram que o país aqui pouco importa. A importância dos astros transcende a fronteira geográfica. Eles sempre se referem a África como uma só. Isso também fica claro nos estádios onde a torcida se une por Gana, Camarões, etc.

Reparem no dinamarquês tirando foto de mim no celular

Agora, o que mais me surpreendeu nessa copa, não tem nada a ver com o continente, o país ou algum time. Na verdade é a história de um brasileiro, que é a prova viva que Deus protege as crianças, os bêbados e os loucos.

Esse sujeito, repórter de uma rádio do sul, chegou em Johannesburgo, meio da Copa do Mundo, sem falar 1 palavra em inglês, sem ter como se transportar, sem credencial de imprensa e sem ingresso pros jogos. Quando achávamos que ele era um perdido, ele então pede ajuda para arrumar um hotel!!! Como assim? O cara não tinha nem onde dormir! O que que esse sujeito veio fazer aqui? Nos restaurantes ele só dá as direções do que quer comer (tipo Carne, Frango, Massa) e é o pai da Mariana quem escolhe o prato pois nem isso ele consegue fazer!!! E o pior é que, na boa vontade das pessoas, ele tem conseguido tudo. Já ganhou até um ingresso pra ver o primeiro jogo do Brasil. Falei que Deus protege os loucos! No jogo de hoje, ele ainda flertou com o meu ingresso extra, mas quando soube que eu vendia por 160 dólares(preço que eu paguei) ainda quis pechincar. Tomou um não sonoro e acho que ele vai ver esse jogo do hotel. De repente, o irmão da Mari que decidiu vir um mês antes sem nem ter passaporte ou vacina parece um exemplo de organização.

Por último, queria apenas mostra a Shosholoza, uma música maneira que os africanos cantam no estádio, mostrando que eles poderiam ter uma torcida decente além das vuvuzelas:

Shosholoza
Ku lezontabah
Stimela siphum’ eSouth Africa

Wen’ uyabalekah
Ku lezontabah
Stimela siphum’ eSouth Africa