José Rico e Milionário – Lua de Mel by Perrengue Tour

Existe um ditado em inglês que diz que “Bad decisions make good stories” (Decisões ruins geram boas histórias) e eu admito ter adotado isso como um lema na vida, principalmente nas minhas viagens. Alias, de histórias de decisões ruins esse blog está cheio: seja viajar para a China sem ter hotel para dormir por 3 dias ou tomando um porre horas antes de embarcar numa viagem de ônibus de 16 horas na Patagônia e esquecer de uma amiga em outro país. Acho que sem elas esse blog nem existiria. É por isso, que por mais que eu tenha tentado dar um pouco mais de luxo a esta viagem, afinal, era lua de mel, eu sempre me lembro que Deus protege as crianças, os bêbados e os loucos quando tomo decisões de sanidade levemente questionável.

A viagem, no entanto, começou bem. Como a Ciça é daquelas que fica feliz até quando ganha o pote de delivery do Spoleto resolvemos ir do início ao fim tentando ganhar tudo o que o termo “lua de mel” podia nos prover.

Começamos mendigando uma cadeira livre ao nosso lado já no check in, afinal o vôo não estava lotado e estávamos de lua de mel. Esse pedido nos acabou rendendo até mais que o esperado. Ganhamos um “upgrade” pra classe executiva de pobre (sabe, quando te colocam numa fileira sozinho e você pode levantar os braços e deitar tranquilão em 4 lugares). No final do vôo no entanto, descobrimos que poderíamos ter tido mais: uma comissária que ficou de papo na saída disse que se eles soubessem que estávamos de lua de mel, teriam preparado uma surpresa para nós. Daí para frente não deixamos escapar mais nenhuma vez. De Dubai ao Japão, passando por Bangkok e Cingapura, sempre rolava um pedido “sutil e desinteressado” para um comissário tirar uma foto nossa, como souvenir da nossa lua de mel. Tal pedido rendeu sobremesas e drinks da 1ª classe na Emirates, e mais sobremesas, brindes e até um cartão que parece ter sido feito por uma adolescente de 12 anos na Singapore Airlines.

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Drinks, Sobremesas, Brindes e um Cartão da Singapore Airlines

A chegada a Bangkok foi o 1º perrengue. A Ciça não trouxe o certificado de vacinação de febre amarela dela e estavam pedindo na entrada. Desespero bateu e já fiquei pensando quais países teriam uma imigração mais frouxa aqui perto caso não conseguíssemos entrar. Meu 1º pensamento foi usar um cartão de vacinação em português que eu tinha, escrever o nome dela em qualquer lugar e apresentar como se fosse de febre amarela dando uma de joão sem braço pro cara que ia ver um cartão em português e não ia entender nada. Embora a chance do sucesso fosse baixa, para quem já alugou carro na Austrália sem carteira de motorista apresentando o CREA no lugar, achei que valia o risco.

Por sorte não precisou. A Ciça conseguiu logar no wifi do aeroporto e falar com alguém do antigo trabalho dela que enviou a cópia digital por e-mail e eles aceitaram.

Na Tailândia, no entanto o perrengue meio que parou por aí, afinal não é tão fácil tomar decisões de economia porca num país onde tua refeição mais cara custou 36 reais…. pra 2 pessoas!!!! Pudemos, pelo menos ali, ter uma vida de milionários (embora milionários e jantar de 36 reais pra 2 pessoas na mesma frase soa estranho).

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Grand Royal Palace

No primeiro dia tiramos para visitar os templos: Grand Royal Palace e o Templo do Buda Esmeralda logo de manhã (um dos mais belos palácios/templos que eu conheço pelo mundo) e o Wat Pho logo em seguida, onde fica a famosa estátua do Buda Reclinado que é imensa de grande. O Wat Pho, no entanto, é também conhecido como uma “Universidade Terapêutica Medicinal” pois foram dos monges do Wat Pho que foi desenvolvida a medicina herbal tailandesa e principalmente, o produto tailandês mais conhecido no mundo: a massagem.

Até hoje, o templo oferece cursos de massagem, mas como eu estava mesmo interessado é em receber, fomos ao centro de massagem que o templo oferece até hoje para uma horinha relax no ar condicionado. Sinceramente, nem sei dizer o que foi melhor, a massagem ou o fato de estar no fresquinho quando lá fora fazia 40 graus num sol apino.

No dia seguinte passeamos pelas Ayutthaya, a antiga capital tailandêsa, casa de mais de 500 templos budistas. Em um deles, estava rolando o equivalente a uma micareta budista, com pessoas dançando algo que mais parecia uma marchinha de carnaval enquanto uma banda ia andando em círculos em volta do templo.

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Ayutthaya inclusive é muito mais famosa pelas bandas de cá como o cenário do Sagat em Street Fighter II. Me senti tipo o Ryu lá. Se bem q ue o brasileiro do jogo e o Blanka.

A noite, todos os dias, passeávamos pelo fervo da Khao San Road e Ram Buttri Soi, onde pessoas tiram fotos fingindo comer espetinhos de insetos mas saboreiam uma comida de rua igualmente nojenta, muito mais fedida, porém deliciosa, nas barraquinhas (Deus protege as crianças, os bêbados e os loucos… lembrem sempre disso).

No nosso último dia esbanjando dinheiro na Tailândia (sério, me senti naquele filme Eurotrip que o cara tira uma moeda de 10 centavos de dólar no leste europeu e compra a cidade inteira com isso sabe?) nós fomos ao passeio até o mercado flutuante.

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Tipo se a Uruguaiana fosse em Veneza

Esse passeio aliás, tem o selo Bino de Cilada. Depois de pagar 60 reais para um guia nos levar até o mercado, descobrimos ter de pagar mais 300 por um barco para passear por um mercado que vendia as mesmas coisas que as barraquinhas em frente ao meu hotel: só que pelo dobro do preço. Pelo menos provamos uma espécie de Guarapa de Flor de Côco numa fazenda de açúcar que estava bem boa. A noite fizemos ainda a nossa 1ª de 3 aulas de culinária tailandesa onde fizemos o melhor phad thai que já comemos na vida. .

A aula inclusive é mais diversão do que cozinhar cozinhar mesmo. Assim, a gente faz todos os pratos de verdade. E ficam uma delícia também de verdade. Mas a impressão é que tudo é dado para você tão preparadinho que sua função ali é apenas de não cagar a receita. Se tu não cagar nada, sai ótimo!

No dia seguinte pegamos o vôo para o Japão, onde a vida mudou. De milionário com 10 dólares, passamos pra mendigos almoçando arroz puro sentado no chão da rua. Mas essa história fica para o próximo post, pois esse aqui já está grande demais.

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Vai um arrozinho aí?

“Dinheiro! Ha ha ha! Estou rico! Estou rico! Eu posso comprar qualquer um! O mundo é meu! Poder! Amigos! Prestígio!”Calvin

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